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  • Foto do escritorAndré Silveira

Alternativa

Sei que isto não vai correr bem, mas como sempre estou-me a borrifar... A mediocridade parece que se nos cola e, portanto, na verdade tanto me faz se vou colado ou arrolado. Sinceramente, já farta o masoquismo de um povo que, inebriado pela cativante propaganda do sistema, tarda em pôr-se de pé. “Não há alternativa!” Alternativa...o Povo quer é alternativa. O Povo está no buraco a cavar e quer é alternativa. O que raio é isso da alternativa? Somos brandos, mas por vezes parecemos estúpidos. Não é à toa que os Açores continuam atrasados e muito distantes dos níveis de civilização do mundo desenvolvido. A culpa é de quem? É de Vasco Cordeiro, dos “Césares” e do desgraçado do Mota Amaral? Não é. É nossa.

Duzentas e cinquenta mil almas governadas por uma legião enorme em nada diferentes de elas. Um exército de gente criada pelo e para o sistema, de pais a “meterem cunhas” para os filhos, para as esposas, amigos cães e gatos. “Já sabes filho, sem o cartão do partido não vais a lado nenhum” ... Era assim antes e é agora. Os ajustes diretos aos do costume e a hegemonia dos mesmos em todo o lado. Um sufoco que amordaça a nossa nação atlântica, mas com todos de pé a aplaudir. Não há alternativa, dizem…

Não há que esconder, estamos todos no mesmo batel. Aqui não há quem possa sair imaculado. Apenas talvez aqueles que saíram, e, desligados da treta do nevoeiro e das lagoas, conseguem o distanciamento para uma visão do que foram e são os Açores do século XXI: um fracasso à espera de acontecer, um limbo de tudo na mesma ou status quo imutável e resistente. Parece que se apega.


É certo que agora já não vemos os “pés descalços” pelo Porto dos Carneiros, (quase) não há fome, até (quase que) sabem ler. Andámos muito. Das trevas, diretos para o terceiro mundo latente. Do atraso medieval para a venezualização que nivela por baixo, que impõe aos melhores serem medíocres, que puxa os piores dos piores para um limbo de subsistência precária, mas ainda de mão estendida, e dos amigos do sistema, ou dos que se fazem amigos do sistema. É o que há, não há alternativa.


“Uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!” já dizia o Almada. É verdade! Somos nós.


Mas a minha ilha tem de ter mais voos e mais portos e mais torres de controlo...O que seria da minha ilha sem uma torre de controlo? Lá estão eles, querem tudo para eles, se não fosse São Miguel, a Terceira tinha um PIB per capita superior ao da Califórnia... Andamos nisto. Os micróbios contras as formigas. Faz sentido! O que se há-de fazer. Não há alternativa. Mal por mal...


Olha me esta, deixou o carreiro. Vai-se dar mal. O sistema vai-lhe fazer a folha. Para quê estarmo-nos a mexer, se no final fica tudo igual? Não votamos, não participamos, não fazemos nada! Os partidos são horríveis, mas nem pensar ir uma única vez ver o que raio se lá faz. Bom, bom, é um “festivalzinho” pago por ajustes diretos do nosso bolso...ou uma tourada. Isso sim é que é. Pobre povo que nem pena de si tem, não quer nada, não exige nada e deixa nas mãos dos outros o seu destino. Desde que o RSI chegue no fim do mês, está tudo bem. Com sorte até meto a cruzinha neste que me deu duas sacas de cimento e latas de tinta para arranjar a casa antes das festas. Bom homem.


Porra, mas não há alternativa? Vamos para fila dos bilhetes do Santa Clara Benfica, ou vamos acabar com essa treta e meter mão à obra? Uma geração totalmente perdida. Não há alternativa? A alternativa somos nós!

A alternativa somos nós, Pim!


André Silveira

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