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  • Foto do escritorAndré Silveira

Correr Sozinho Cansa

Concorde-se ou não com a gestão da nomeação do Dr. Mota Amaral como representante açoriano a integrar as listas do PSD para as Europeias 2019, sabe-se já que qualquer que tivesse sido a opção tomada, e até fosse qual fosse o líder do PSD Açores, dificilmente o resultado seria diferente. À parte de perdermos um representante directo em Bruxelas, o que é grave e lamentável, este incidente demonstra bem como a Autonomia quer-se vigilante e firme. E a verdade não mudará caso o oitavo lugar seja eleito. Dar o oitavo lugar aos Açores é não entender Portugal e as suas Regiões Autónomas e é não entender a importância dos Açores no que somos como nação transatlântica.


No entanto, os Açores terão um membro do Parlamento Europeu representante, dado que o candidato nomeado pelo PS Açores segue na 5ª posição da lista nacional e será certamente eleito. As sondagens mostram uma aproximação nas intenções de voto entre os dois maiores partidos, o que antevê uma batalha bem mais aguerrida do que muitos esperariam. Mas por cá o PS e o seu candidato correm sozinhos.


Correr sozinho deverá ser pouco aliciante e isso nota-se na pré campanha. Nota-se o cumprir calendário numa sucessão de reuniões de formalidade, o que demonstra a falta de ambição do Partido Socialista no que diz respeito à Europa. Aparentemente o candidato está muito mais preocupado com o queimar de dias até à sua eleição, do que apresentar ideias e a sua visão para a tal Europa pós 2020. Eleição essa, que o salvará dos ventos de fim de ciclo que se agitam por cá. Nota-se até um cansaço de quem corre sozinho sem resposta e sem opositor. Mas é também evidente o cansaço do partido que o abandonou nessa prova solitária sem obstáculos, sem ideias e muito massacrado com os casos de corrupção e outros desaires. O descalabro das intervenções em empresas, umas ex privadas, outras públicas, ou a total incapacidade de convergir com o resto do país no emprego, ou ainda a desgraça dos números do rendimento social de inserção, acabam por ser a marca do final desta legislatura e isso certamente desmoraliza.

Correndo sozinho, naturalmente, esperaria-se um resultado avassalador. Em 2014 nos Açores o PS obteve 40,30% dos votos e o PSD 29,62%. Isto para uma abstenção de 80,26%. Um valor altíssimo que se esperará ser ainda maior desta vez. Certamente que não poderá haver outra meta por parte do PS dos Açores que não seja superar largamente estes resultados. Dado o desgaste do partido, e a falta de ambição do candidato, esse objectivo apresenta-se bastante ambicioso. É muito possível que estas eleições marquem o inicio do fim de ciclo socialista quer a nível nacional, mas muito em particular nos Açores. E isso, poderá se traduzir num resultado eleitoral mediano na melhor das hipóteses. O que politicamente será uma derrota clara que terá certamente impacto nos próximos desafios eleitorais: nas legislativas nacionais ainda este ano, mas muito em especial abre a possibilidade de uma derrota na regionais em 2020.


André Silveira in

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