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  • Foto do escritorAndré Silveira

E agora SATA? II

Ao mês de junho do ano da graça de 2020, ainda não é conhecido qualquer plano de reestruturação para a companhia aérea regional. Mesmo sabendo-se a enorme imprevisibilidade causada pela pandemia de Covid-19, e sabendo-se que será um grande desafio dada a situação aflitiva financeira que já se encontrava antes, é porém fundamental saber o rumo que será dado à maior empresa dos Açores, e não se entende a demora.


Sim, eu sei, já chateia, mas a culpa não é minha. Portanto prevendo a habitual indignação dos habituais discípulos da “venezuelização” dos Açores, deixo o conselho de se virarem para quem destruiu a empresa. Eu não fui, e nem foi a oposição já agora. Vasco Cordeiro, após de mais de uma década sendo responsável pelos destinos da empresa, tudo irá fazer para conseguir chegar à eleições regionais sem conseguir apresentar uma única solução, ou estratégia, que torne sustentável aquilo que ele próprio admitiu ser incomportável, e que de facto ele próprio tornou insustentável. Na verdade, não há qualquer surpresa dado o padrão da sua atuação em relação a este dossier ao longo de largos anos. Sem uma mudança profunda na governação regional, não se prevê qualquer inflexão no rumo que Vasco Cordeiro e o PS/A imprimiram à quase totalidade do universo empresarial do estado nos Açores. É evidente que só com uma verdadeira alternância democrática tal será possível, isso se os Açorianos acordarem a tempo.


Entretanto, por toda a Europa já se conhecem os modelos de intervenção em várias companhias, muitos até já entregues à Comissão Europeia para aprovação. Quanto à SATA, silêncio.

Do mesmo modo que os Açorianos batem no peito para dizerem: “A SATA é nossa”, também deveriam do mesmo modo possessivo dizer: “Se é nossa, exigimos saber o que estão a fazer com a nossa companhia aérea”. O risco que se corre é que, totalmente inebriados pelo discurso do terror promovido pelo governo tendo como pretexto a fobia fundamentalista ao novo coronavírus, deixemos que tudo isto fique em banho maria até às eleições de Outubro, como convém aos do costume. Não espanta, dado que as medidas que terão de ser implementadas obrigam certamente a um encolhimento significativo da empresa, pelo menos tendo em conta, por exemplo, o plano da TAP, entretanto enviado para aprovação da CE. E a palavra “despedimento” é tabu para o PS/A. Por cá, o bem comum interessa pouco, é preciso é ganhar eleições a todo o custo, desesperadamente, e se isso obrigar a enterrar mais uns milhões na empresa que destruíram por manifesta falta de coragem política e incompetência, tanto faz. Assim como assim, os Açorianos estão mais ocupados na glorificação do “Tiaguim” ajudados pelo vergonhoso aproveitamento político do PS/A, naquele que ficará para a história como o período mais negro desta autonomia. O momento onde os Açores necessitaram de um líder corajoso e visionário, e tiverem um que aterrorizou, criou falsos inímigos externos e do futuro ainda nada disse.


Desmontar os argumentos dos costume:

“A SATA é fundamental para o desenvolvimento dos Açores, temos de a pagar.”

Se concordamos ou não com esse princípio, na verdade é irrelevante. Se temos de a pagar, ou pagar o serviço público, mais uma razão para uma total transparência na sua gestão e nas opções políticas tomadas. O facto de nada se saber hoje acerca do futuro revela bem que estamos muito longe dessa exigência.

Por outro lado, podemos pagar serviço público à SATA como a qualquer outra companhia aérea. O que não faltam são exemplos de sucesso desse modelo em outras paragens, que com exigências tremendas ao nível da acessibilidade, conseguem ser referências mundiais no turismo sem terem qualquer companhia de bandeira pública. Na verdade é ao contrário. O modelo Açoriano é raro e com raríssimos casos de sucesso. Mas insistimos no erro alegremente. Afinal de contas, somos ricos...se compararmos com as tais RUP’s do terceiro mundo, como faz o governo do PS/A quando lhe dá jeito.


“Todas as grandes companhias aéreas europeias estão a ser intervencionadas.”

Não é verdade. Algumas estão, outras não, e ainda outras declararam insolvência. Comparar a SATA com qualquer grande companhia aérea, não é sério. A SATA é uma companhia minúscula e com possibilidade de viabilidade de competir no mercado aberto nula. Sem esquecer que é talvez o único exemplo europeu de ser detida 100% pelo estado. E se quiserem comparar com a TAP, comparem o seguinte: Volume de negócios da TAP como o da SATA e a proporção dos prejuízos. Se acham que a gestão privada da TAP é má, o que dirá o Sr. Primeiro ministro da performance da SATA? E os Açorianos gostam de pagar as tolices dos outros?


Mas vamos aguardar o tão esperado plano estratégico. E já agora a SATA já tem um CEO a tempo inteiro?


André Silveira

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