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  • Foto do escritorAndré Silveira

"Festivalismos"


É verão! Altura de finos e tremoço, altura de ir a banhos e, claro, de um bom festival pago por nós todos. Há os para todos os gostos e para todo os extratos sociais. Há os popularuchos, há os pseudo elitistas e há os assim assim. Em comum, paga sempre o erário público. Sempre por ajuste directo porque assim não há cá riscos de o maná de euros ir parar a um qualquer. Normalmente isto é coisa bem pensada e combinada com antecedência. O procedimento de contratação pública acaba por ser um mero pro-forma. E vale quase tudo. Até vale partir em partes mais maneirinhas cada contrato de modo a coisa passar sem grandes altercações. Afinal de contas o Povo quer é pão e circo. Desde que se seja para importar cultura externa, "tá-se" bem. É ocupar espaço público com tendas, palcos e rouloutes que, penso que já o disse, vale tudo desde que paguemos nós.

A moda deste ano são os festivais sem plástico. Isto quando é o Zé a pagar pode-se tudo. Neste caso é uma excelente medida. Mas quanto custará? Não interessa, pagamos nós. Pagamos os copos, pagamos os artistas, pagamos até acima do preço de mercado. Que se lixe. Pagamos os barcos para o pessoal lá ir, pagamos os aviões, pagamos a limpeza e até pagamos os bonitos outdoors de promoção.


A cereja no topo do respectivo, é que um dos "patrocinadores" (pagamos nós claro) de alguns dos ditos festivais ser a companhia aérea regional. Nada mais normal dentro desta esquizofrenia colectiva, ou, a expressão não é minha, mas como é verão e vale quase tudo, vou a roubar, um "surrealismo canibal". Bom verão e, claro, bons festivais.

André Silveira

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