top of page
Buscar
  • Foto do escritorDaniel.Pavao

Lógicas

Os decisores políticos não têm por hábito a mudança de opinião e baseiam-se em crenças em vez de evidências para tomar decisões. Note-se que mencionei os decisores e não os políticos. Políticos somos todos nós, os decisores apenas alguns. Mais, normalmente os decisores políticos rodeiam-se de indivíduos que se limitam a concordar com eles e esquecem-se da premissa de prestar atenção a quem deles discorda e, nos Açores, isto é regra de um lado ao outro do espetro político, abundando os pensamentos do “quero, posso e mando” e “quem pode, pode, quem não pode obedece!”. Nesta terra nunca se discute nada antes das decisões, discute-se as consequências e, mesmo essas, passam ao lado dos milagreiros do momento. Tomemos como exemplo as galerias da Calheta e o Casino. Há data, o projeto foi dado como mais ajustado às necessidades da cidade e da região e os poucos que se levantaram para discordar - ou mesmo questioná-lo - foram tidos como os Velhos do Restelo que estavam contra o investimento e o progresso. Deu no que deu. Lá se safou o investimento no Casino - sem percebermos como - e as galerias continuam lá, a apodrecer, depois de inúmeras promessas de que “agora é que vai ser”. O último prazo terminou em dezembro e ainda ninguém estendeu o microfone a quem, mais uma vez, falhou o prazo anunciado em vésperas de eleições. Este é apenas um exemplo. As obras no museu Carlos Machado é outro. Toda a gente está contra mas, os decisores, convenceram-se de que têm razão e avançaram. Há quem chame a isto a “via açoriana”.

Extrema É a nova ideologia. Quando os novos – e alguns velhos – extremistas são desafiados a explicar em que consistem realmente as suas políticas, rapidamente nos apercebemos de que não sabem do que estão a falar. O raciocínio deles reside em tentar ganhar o debate perante o seu adversário e não a raciocinar de um modo enviesado, a analisar argumentos, a procurar a verdade e o bem comum que tanto apregoam. A política eleitoral e as questões que com ela se relacionam têm afastado as políticas sustentadas, têm retirado benefícios sociais e acrescido consideravelmente o recurso à cobrança de impostos. Hoje tem-se mais em conta as políticas egoístas e individualizadas para as minorias, cada vez mas curtas e mais complexas sem sentido algum, do que a procura das respostas de sempre às perguntas de sempre. Uma autêntica bola de neve a rolar montanha abaixo para a qual muitos preferem continuar a tapar os olhos.

Política eleitoral As regras do jogo ditam que há que dar lugar à promoção do que há mais de irracional nos indivíduos. Os eleitores costumam ter fortes opiniões sobre aquilo que não os afeta diariamente e as questões mais pratica como as questões fiscais, energéticas, comerciais, educacionais ou de saúde pública e individual são empacotadas com temas mais controversos como a eutanásia e devidamente amparadas pelos comentadores de serviço ao serviço, salvo raras exceções, de um determinado interesse. Tem sido caricato, sob o meu ponto de vista, assistir aos comentários sobre o Covid-19. Ninguém percebe do assunto mas mesmo assim comenta-se questões de saúde pública como se comenta a guerra na Síria e as taxas de juro no BCE.

Curta Está toda a gente preocupada com as festas do Santo Cristo e o Covid-19 daqui as uns meses e estão a esquecer-se de que o Rali dos Açores… é já este mês.

Daniel Pavão

2 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page