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  • Foto do escritorAndré Silveira

À saúde o que é da saúde, à política o que é da política

A guerra contra a pandemia global da Covid-19 é algo que devemos deixar para os profissionais de saúde e para a classe política. Nunca nesta autonomia foi tão decisiva a qualidade de quem nos governa, nem nunca necessitámos tanto de liderança. Por agora, o que importa é vencer o vírus tendo sempre em mente que tudo o que for necessário fazer para salvar vidas, será pouco, e que julgamentos políticos só serão feitos a seu tempo. Esta não é uma guerra com duas fazes como alguns querem fazer querer: o combate à pandemia e depois o pós Covid-19. Duas frentes simultâneas. O desafio é quase inumano, manter duas frentes de batalha, diz-nos a história, nunca foi algo simples, mas é exatamente isso que exige, e que terá de ser feito de modo a que toda esta tragédia, daqui a uns meses (anos possivelmente), não passe disso mesmo, história com a qual possamos aprender e certamente evoluir como humanidade, país e região.

A batalha contra a pandemia está a testar os limites dos sistemas nacional e regional de saúde. Eu tenho confiança do SRS. Está repleto de profissionais de exceção e certamente estarão a trabalhar com toda a sua sabedoria, esforço e dedicação total para que dentro do que é possível salvar vidas, curar pessoas e rapidamente ultrapassarmos este que é o maior desafio de saúde pública das últimas décadas. Serão eles os primeiros heróis desta história.

A segunda frente é o combate à destruição da economia causada pela paragem abrupta da grande maioria das atividades. Fora os cenários das grandes guerras, na modernidade é inédito uma paragem tão ampla de tantos sectores. Os efeitos esperados são verdadeiramente desconhecidos, e mesmo os economistas de referência têm muita cautela no tentar prever o impacto de tudo isto, muito em especial no dia a dia de todos nós. Num aspeto estão todos de acordo, liberais incluídos como eu: a intervenção do estado como regulador e defensor dos mais vulneráveis será obrigatória. Do mesmo modo, a proteção das empresas como agentes de emprego e geração de riqueza será fundamental para a retoma após podermos voltar a operar com normalidade. Diz o liberal: se o estado só deve intervir em situações absolutamente excecionais, não haverá situação mais enquadrada no que que se considera excecional do que a total paragem de sectores fundamentais como o turismo, o comércio na sua quase totalidade ou a aviação.

Vamos ficar bem é certo. A humanidade sempre o conseguiu e contra adversidades imensamente mais desafiantes do que esta. Estas crises revelam sempre coisas tenebrosas acerca da humanidade, esta não é exceção, porém, no fim, sempre provaram a imensa capacidade que temos como povo de nos transcendermos e acabarmos sempre melhor do que começámos. Os momentos negros também foram os reveladores das grandes lideranças visionárias.

Já ninguém se lembra do último grande líder europeu. A crise europeia de falta de lideres data do século passado pelo menos, com a exceção de Merkel. Angela Merkel é a chave da continuidade ou do final da agonia do projeto europeu. A Europa não sairá disto como entrou, mas é claro que se não conseguir lidar de um modo mais ou menos unido com a crise do pós Covid-19, não servirá para muito mais do que ser meramente um mercado comum. Se com moeda comum ou não, veremos no final.

Fiquem em casa, proteja os seus, em especial os doentes e os mais velhos.

André Silveira

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